terça-feira, 30 de agosto de 2011

Significação e Contexto: Uma introdução a questões de semântica e pragmática

MOURA, Hero ides Maurílio de Melo.
Significação e contexto: Uma introdução a questão de semântica e pragmática. Editora Insular, 2006.
Fichamento de Citação
Samanta Abramowicz.

Este livro é uma introdução (...) da semântica e da pragmática.
A perspectiva adotada aqui é a noção de contexto pode receber um tratamento semântico(...), como  pragmáticos passam a ser relevantes para os estudos da significação. Assim (...), os referentes discursivos e o contexto de uso das expressões referenciais são relevantes(...) a referência linguística. (pag.9)

Dois capítulos. O primeiro (...) análise detalhada na interface da semântica e da pragmática. O segundo (...) traz uma análise de aspectos contextuais, (...) estudos da significação. (pag. 9)

Conceitos básicos de semântica e pragmática. (pag. 9)

Capítulo 1 - Pressuposição
A proposição (...) envolve tudo aquilo que é relevante para a descrição de um certo estado de coisas no mundo (pag.11).
A asserção é a expressão de uma proposição num certo contexto. (...) é um ato de fala que faz uso do conteúdo proposicional. A asserção de uma proposição implica dizer que ela é verdadeira. (pag 11)
O que não for relevante para a determinação das condições de verdade, nessa perspectiva, deve ser excluído do conteúdo proposicional. (pag 12)

1 - Posto e pressuposto (pag 12)

Ducrot (1987)
Conteúdo posto a informação contida no sentido literal das palavras de uma sentença e de conteúdo pressuposto ou pressuposição as informações que podem ser inferidas da enunciação dessas sentenças (pag.13)
(1) Pedro deixou de fumar. (pag.12)
(2) Foi João que quebrou o vaso
(3) O rei do Brasil é maluco
(4) O homem que decretou Desterro como a capital do Brasil era um militar.(pag12)
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>Preposição = Asserção
>Preposição: enunciado verbal de um juízo (= conceito - uma sequência de palavras);
>Juízo: Operação intelectual.
>Preposição que se tem como verdadeiro;
>Condições de verdade(representação do mundo verdadeiro ou falso.
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1) nível literal ( informações contida no próprio sentidp das palavras)
2) nível de inferência( informações que não são dadas literalmente)
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Ducrot.
Posto: Informações contido no sentido literal
Pressuposto: informação inferida.
Sentido metafórico (implicatura): "Tipo de inferência pragmática baseada não no sentido literal das palavras,mas naquilo que o locutor pretendeu transmitir ao interlocutor"(moura, 2006:13)
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>Acarretamento (condição de verdade)
1.a João tem um bicho de estimação em casa
1.b João não tem um gato siamês em casa
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Expressões (Levinson)
1) Descrições definidas: Sentido um referente (Frege)
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Nível Literal
>Pedro não fuma mais.
>Joãi quebrou o vaso
Nível de inferência
> Pedro fumava antes.
> O vaso em questão está quebrado.
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Uma implicatura é um tipo de inferência pragmática baseada não no sentido literal das palavras, mas naquilo que o locutor pretendeu transmitir ao interlocutor. (pag.13)
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O não-dito dito.
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2- Pressuposto e acarretamento (15)

Acarretamento(...) a definição de acarretamento é a seguinte: se uma proposição a implica uma proposição b, isso significa que se a é verdadeira, então b é necessariamente verdadeira. (15)

O conhecimento compartilhado é formado por um conjunto de proposições que são aceitas tanto pelo falante quanto pelo ouvinte.(17)
Os pressupostos são o pano de fundo da conversação(cf. Ducrot, 1987). Ao falarmos, partimos da hipótese de que nossos interlocutores dominem um repertório de informações, sem as quais as informações novas que fornecemos não podem ser compreendidas.  (17)

3-Expressões que ativam pressupostos.
1) Descrições definidas: São expressões  que fazem uma certa descrição de um ser específico. Esses sintagmas nominais (que, na terminologia de Frege [1978], indicam o sentido de um referente) servem para fazer a referência, assim como os nomes próprios. (pag 17)

2) Verbos factivos:(...) os factivos  introduzem fatos que são dados como certos (Pág.. 19)
(12a) João lamentou ter bebido muito
(12b)  p.p João bebeu muito.
(15a) Pedro soube que ganhou o prêmio.
(15b)  p.p Pedro ganhou o prêmio. (Pág.. 19)

(...) há dois subtipos de verbos factivos. Epistêmicos (compreender, saber, descobrir, etc) e (...) que indicam sensações ou emoções (sentir [transitivo], lamentar, arrepender-se, alegrar-se) (Pág.. a9)

3) verbos implicativos
(16a) João conseguiu abrir a porta.
(16b) p.p João tentou abrir a porta.
(17a) João esqueceu de fechar a porta.
(17b) p.p João deveria ou desejava fechar a porta.

4) Verbos de mudança de estado
(18a) João deixou de fumar
(18b) p.p João fumava. (Pág. 20)
(19a) João Começou a Fumar.
(19b) p.p João não fumava

5) Iterativos
Pressupõem que a ação indicado pelo verbo já tinha acontecido anteriormente.
(20a) O disco voador apareceu de novo
(20b) p.p O disco voador tinha aparecido antes.
(21a) O professor retornou ao trabalho.
(21b) p.p O professor já trabalhou antes. (Pág. 20)

6) Expressões temporais.
(Pág. 20)
(22a) Maia desmaiou depois de encontrar João
(22b)p.p Maria encontrou João
(23a) Maria chorou antes de terminar sua tese.
(23b) p.p Maria terminou sua tese.

7) Sentenças Clivadas
Sentenças em que uma sentença simples dividida em duas orações a fim de destacar um certo constituinte da sentença, enfatizando-se a informação relativa a esse constituinte (Pág. 21)

--- ou seja,  a segunda oração contém um pressuposto. ----
(24a) Não foi o João que beijou a Maria.
(24b) p.p Alguém beijou Maria

 As Máximas Conversacionais são princípios  que regem a comunicação cooperativa. Elas são 4:
 - A máxima de relevância,
 - a máxima da qualidade,
 - a máxima da quantidade e
 - a máxima do modo (Pág. 25)

5- Descrições definidas e pressuposição
O uso das descrições definidas está interligado ao pressuposto de existência. Nessa seção (...) existem diferentes modos de se fazer referência. (Pág. 29)

Os nomes próprios (...) ao segundo modo de referência. Os nomes próprios designam seres específicos (Pág. 31)

Variável
A variável é um instrumento técnico usado para fazer referência não a um objeto específico ou a um conjunto de objetos , mas uma série de objetos que podem, cada um por si, ser o valor da variável. ( Págs.. 31-32)

----- Quando ele diz 'valor da variável, se refere as 'entrelinhas' ------------

"ele é um cantor" (Pág. 32)

Esse pronome não é um nome próprio, nem um nome comum. Pode assumir diferentes 'valores', ou seja, indicar diferentes indivíduos (pág.32)

A que indivíduo se refere o pronome 'ele'? Temos aí uma variável , que pode assumir diferentes valores, dependendo do contexto(pág.32)

---- E  o que isso quer dizer???? -------
refere a 'Chico Buarque', a preposição  é verdadeira.
refere a 'Saussure', a preposição é falsa. (pág.32)

O uso da variável é uma maneira econômica de se exprimir, sem fazer uso de nomes próprios.
A generalização é obtida através da quantificação sobre a variável x, e não pela substituição da variável por um nome próprio (pág.33)

(34a) Quem luta, vence.
(35a)Aqueles que se arrependerem, serão perdoados.

A quantificação envolvida aqui é a quantificação universal, representada pelo símbolo ∀. (pág.33)
------------------------- Isso tem nome: Lógica Predicativa-------------------------

quantificação universalpara todos; para qualquer; para cadalógica predicativa
∀ xP(x) significa: P(x) é verdadeiro para todos os x

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(34b)  Para todo x, se x luta, então x vence
(35b) Para todo x, se x se arrepende, então x é perdoado.

Desse modo, a representação lógica de de (34b), por exemplo, é ∀x(Lx --> Vx), Onde: L= Lutar e V= Vencer.
A fórmula se Lê: Para todo x, se x luta, então x vence.
A seta --> é o símbolo de acarretamento (pág.33)


Existem assim duas maneiras de se 'completar' uma sentença com uma variável:
(1) Substituindo a variável por um nome próprio;
(2) Fazendo uma quantificação sobre a variável. (pág.33)


Intervalos de valor de verdade.
Uma sentença então pode ser verdadeira, falsa ou estar no intervalo de valor de verdade, marcado # (outro modo de dizer isso [...], tem um valor de verdade indefinido) (págs.39-39).


Os intervalos de valor de verdade recobrem o fenômeno da indeterminação semântica. Uma proposição é considerada semanticamente  indeterminada se o seu conteúdo semântico não nos permite dizer se a proposição é verdadeira ou falsa em uma certa situação. (pág.39)


Às vezes não é fácil determinar se uma proposição é indefinida (#) ou simplesmente falsa. (pág.39)


MacCawley (Para Pesquisar)
Dois outros fenômenos interessantes estão ligados ao pressuposto de existência. Em primeiro lugar, descrições definidas que se referem a algo que só aparentemente são objetos ou indivíduos.  Em segundo lugar, os nomes ficcionais. (pág.40).


Lakoff (para pesquisar) diz "podemos nos referir a elas, categorizá-las, agrupá-las, e qualificá-las e, assim, pensar sobre elas". Em outras palavras, há uma natural necessidade humana, codificada na linguagem, de pensar nossas experiências em termos de objetos individualizados. O uso das expressões referenciais e das descrições definidas reflete essa necessidade. (pág.40)


Sentido e significado.
Os esforços vão na direção de incorporar elementos contextuais na significação. Isso reabre o debate sobre os limites da semântica e da pragmática. (pág.62)


Uma mesma sentença pode ser verdadeira ou fala, dependendo da situação m que é produzida (pág.62)


3 - Intensão e mundos possíveis (pág.63)
Precisamos de algo mais que o simples sentido(...) a extensão de uma expressão pode variar mesmo se seu sentido permance o mesmo. Se ampliarmos essa ideia para situações alternativas ao mundo real, então é possível obter novas extensões. (pág.64)


----Um ciclo que não se acaba? -----


4 - Semântica e Pragmática.
O Contexto é apenas uma ferramenta de trabalho , e não o próprio objeto de pesquisa (Kleiber, 1998:65)
O contexto não é um conceito teórico que permita a separação entre semântica e pragmática.
A ideia subjacente é então que não é todo elemento  contextual  que deve , imediatamente, ser considerado pragmático. É um certo tipo de contexto (delimitado por uma definição) que pode ser ligado ao componente pragmático. (pág.66)


5 - A semântica  dinâmica  e a anáfora (pág.67)
O foco principal  é sobre a troca de informação  entre os falantes. 
Um primeiro  tipo de informação, denominada informação sobre o mundo (...) a linguagem não é a única forma de elaborar informação sobre o mundo, mas é uma das maneiras mais importantes de fazê-lo.
Outra (...) é denominada informação discursiva (...) envolve dados sobre o próprio fluxo do discurso e da conversação.
Somente a partir da informação discursiva é que se pode passar à informação sobre o mundo.


A anáfora se situa (...) no campo da informação discursiva.(...) faz parte dos mecanismos que propiciam aos falantes manter o controle sobre o que já foi enunciado, (...) acerca dos itens da conversação (objeto e indivíduos) (pág.67)
Ao interagirmos numa conversação, vamos construindo uma lista de pessoas e objetos  que foram citados no discurso, para que possamos falar sobre eles e fazer referência(...) (pág.67)


6 - Referência e contexto (vide polissemia)
As palavras servem para referir às coisas e aos seres, e caberia à semântica a função de explicar essa simbolização que leva das palavras às coisas. (pág.72)
É provável que uma pessoa que não compartilhe dessa crença à qual remete o falante (pág.76)
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O contexto está ligado diretamente com a intencionalidade do falante
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7 - Indeterminação semântica e contexto
Utilizarei o conceito de indeterminação para abarcar alguns tipos de ambiguidade e indefinição. O conceito de indeterminação abrange uma série de fenômenos semânticos, tais como ambiguidade, polissemia, vagueza, falhas pressuposicionais,  não dita, generalidade, metáfora, etc. Há uma grande oscilações terminológica na descrição desses fenômenos, e o próprio conceito de indeterminação também é denominado de 'insegurança' (SADOCK, 1995:15). (págs. 77-78)


(PINKAL, 1995:15) "uma sentença é semanticamente indefinida se e somente se, em certas situações, a despeito do conhecimento suficiente dos fatos relevantes, nem 'verdadeioro' nem 'falso' pode ser atribuído a essa sentença como seu valor de verdade". (pág.78)


8 - Os limites da semântica e da pragmática.
Definir as noções de mudança de contexto e de informação. (pág.83)
De acordo com Stalnaker (1978) (...) quando uma nova sentença n é enunciada, ocorre uma "mudança de contexto", pois n ( a nova sentença) elimina os contextos anteriormente aceitos que são incompatíveis com n. (pág.83)
Em outras palavras, a enunciação de n restringe o conjunto de contexto anteriormente aceitos (pág. 83)
Fomaliza-se essa noção de mudança de contexto (pela qual um conjunto de contextos se transforma num outro conjunto de contextos) da seguinte maneira. (CF. CHIERCHIA, 1995:193).

(23) se n é interpretada como uma função (+n) de conjunto de contextos a conjunto de contextos. (pág. 84)
O conjunto de contextos aceitos num dado momento da conversação depende intrinsecamente do fluxo da informação. (pág.85)


(...) (GREEN, 1996:4) sempre  que, numa intereção, um interlocutor atribui crenças e intenções a um outro interlocutor, inferidas a partir do discurso e com base no príncipio da cooperação, está-se no campo da pragmática. (pág.85)

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