segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Esse ofício do Verso. Capítulo 1. O enigma da poesia.


Fichamento de citação
ATL
Esse ofício do Verso. Capítulo 1. O enigma da poesia.                                              
Samanta Abramowicz 6º Período
           
            Passeia a vida lendo, analisando, escrevendo (ou treinando minha mão na escrita) e desfrutando. Descobri ser esta última coisa a mais importante de todas. “Solvendo” poesia (...). Redescobrir a literatura para mim mesmo. (...) Dediquei a maior parte da minha vida à literatura, e só o que posso lhes oferecer dúvidas. (...) Thomas De Quincey escreveu (...) que descobrir um problema novo era tão importante quanto  descobrir a solução de um antigo. (pág. 10)
            Desejo apenas partilhar essas perplexidades[1] com vocês (...) poesia (...) é em realidade: uma paixão, um prazer (...). Beneditto Croce (...) se pensamos numa expressão de algo, tornamos a cair no velho problema de forma e conteúdo  (...). (...) Passamos à poesia; passamos à vida. E á vida, tenho certeza, é feita de poesia. (...) Pode saltar sobre nós a qualquer instante (...). Os Livros são somente ocasiões para a poesia. (pag. 11)
            Creio que Emerson escreveu em algum lugar que uma biblioteca é um tipo de caverna mágica cheia de mortos. E aqueles mortos podem ser ressuscitados, podem ser trazido de volta à vida quando se abrem as suas páginas. (...) bispo Berkeley (...) escreveu que o gosto da maçã não estava nem na própria maçã – a maçã  não pode ter gosto por si mesma – nem  na boca de quem come. É preciso um contato entre elas (...) (pág. 12)
Ele compra dizendo que a mesma coisa acontece com o livro, pois ‘um livro (...) é um conjunto de símbolos mortos (...), aparece o leitor certo, e as palavras (...) saltam para a vida, e tomos uma ressurreição da palavra. (...) pois  as coisas perfeitas na poesia não parecem estranhas; Parecem inevitáveis. (...) John Keats em “on First Looking into Chaoman’s Homer [2] (…) é um fato de ser um poema escrito a respeito  da própria experiência Poética[3].’ (págs. 12- 13) .
            George Chapman (pag. 13)
“(...) E quando o fato de que a poesia, a linguagem, não era somente um meio de comunicação, mas também podia ser uma paixão e um prazer – quando isso me foi revelado, não acho que tenha compreendido as palavras, mas senti que algo acontecia comigo[4]. Acontecia não com meus simples intelecto, mas com tudo o meu ser, minha carne e meu sangue. (pág. 14)
Penso que a primeira leitura de um poema é a verdadeira, e depois disso que nos iludimos acreditando que a  sensação, a impressão, se repete. Mas, como disse, pode ser mera fidelidade, mero truque da memória, mera confusão entre nossa paixão que sentimos uma vez. Portanto,  pode-se dizer que a poesia é uma experiência nova a cada vez. Cada vez que leio um poema, a experiência acaba ocorrendo. Isso é poesia. (...) o pintos americano Whistler (...) disse “a arte acontece”. (...) Direi: a arte acontece cada vez que lemos um poema. (pág. 15).
Platão (...) fala sobre os livros de modo tanto depreciativo: “O que é um livro? Um livro, como uma pintura, parece um ser vivo; no entanto, se lhe perguntamos algo, não responde. Vemos então que está morto”. Para fazer do livro um ser vivo, ele inventou – felizmente para nós. O diálogo Platônico, que se antecipa às dúvidas e perguntas do leitor. (...) Imagino que seu principal objetivo era a ilusão de que, a despeito do fato de Sócrates ter bebido Cicuta, o mestre ainda estava com ele. Sinto ser essa verdade  porque  tive muitos mestre em minha vida. (...) gostaria de ouvir suas vozes. (...) a fim  de que possa pensar como eles teriam pensando[5]. (págs. 16-17)
Há outra frase (...) dizia que era tão perigoso pôr um livro nas mãos de um ignorante quanto pôr  uma espada nas mãos de uma criança[6](...) (pág. 17)
Li que consideram[7] o alcorão não uma obra de Deus, mas um atributo de Deus, tal como são Sua justiça, Sua misericórdia e toda a Sua sabedoria. (...)
(...) “Acho que o Espírito Santo escreveu não só a bíblia, mas todos os livros.” [8]
Espírito Santo, cujo Templo  é o correto e puro coração dos homens (...) falamos do ‘eu subliminar’, do ‘subconsciente’. (...) temos de nos haver com a mitologia de nosso tempo. (pág. 18)
Devo confessar que não considero um livro um objeto imortal (...) mas (...) uma ocasião para a beleza. E assim tem de ser, pois a linguagem está mudando o tempo  todo. (Há casos em que a poesia cria a si mesma[9]. (pág. 19)
(...) O leitor está mudando também (pág. 22)
Nenhum homem se banhar duas vezes no mesmo rio (22-23)
“Claro, o rio segue adiante, mas a água está mudando”. Então, com um emergente sentido de espanto, sentimos que nós também estamos mudando – o que somos tão cambiantes e evanescentes quanto o rio, (23)
(...) A beleza está sempre conosco. (...) a beleza esta à espreita por toda à parte. Pode chegar a nós no título de um filme; em alguma canção popular; podemos encontrá-la até nas páginas de um grande ou famoso escritor. (23)
(...) Rafael Cansinos Assíns (...) dizia (...) “há beleza demais no mundo”. (...) Se um poema foi escrito por um grande poeta ou não, isso só importa aos historiadores da literatura. (...) Uma vez escrito, esse verso não serve mais, porque, como já disse, esse verso não me serve mais, porque, como já disse, esse verso me veio do Espírito Santo, do subconsciente, ou talvez de algum outro escritor. (24)

Há uma poesia de um saxão (...) e de aqueles versos chegarem a nós tão francos, tão diretos e tão patéticos através dos séculos. (...) temos (...) dois casos: o caso (...) no qual o tempo degrada um poema, (...) as palavras perdem a sua beleza; e (...) o caso no qual o tempo enriquece em vez de degradar um poema. (...) Cometemos um erro bastante comum ao pensar que ignoramos algo por sermos incapazes de defini-lo. (26).

Poesia é (...) algo muito mais importante – algo que pode encorajar a seguir adiante e não somente treinar a mão escrevendo poesia, mas desfrutá-la e sentir que sabemos tudo à seu respeito. (pág. 26)

(...) Todos sabem onde encontrar poesia. E quando ela chega, sente-se seu toque, aquela comichão própria da poesia. (...) Santo Agostinho (...) disse (...) “O que é o tempo? Se não me perguntam o que é, eu sei. Se me perguntam o que é, então não sei. Sinto o mesmo (...) à poesia. (pág. 27)

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Atenção: As referências no final desse fichamentos são paráfrase ou conclusões minhas.


[1] Ele refere à história da filosofia que é uma grande história de perplexidade dos hindus, gregos, escolásticos...
[2] Poesia
[3] Explica o motivo da escolha dessa poesia. Ela representa a própria experiência poética.
[4] Catarse
[5] Ele cita alguns nomes de mestres, alguns autores e o próprio pai.
[6] Diz também que Sêneca criticava as bibliotecas  e que Schopenhauer diz que pessoas confundiam a compra de um livro por comprar o conteúdo do livro. (paráfrases)
[7] Ele refere-se aos Mulçumanos.
[8] Perguntaram a Bernad Shaw se ele acreditava que a bíblia era escrita pelo Espírito Santo. Essa foi a resposta dele. (paráfrase) Depois o autor do ensaio comenta que assim como Homero tinha uma ligação com a sua musa.
[9] Cita um exemplo de que duas palavras ganham uma conotação completamente diferente na poesia e que fica belo. E que quando pegamos uma antiga poesia e mudamos os adjetivos, (algumas ou várias) palavras,  estamos criando outro e não mexendo com a primeira.

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